sábado, 27 de outubro de 2012

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E essa rua foi da arte...
            E então que se fecham as cortinas, mas não há cortinas para se fechar. O projeto SE ESSA RUA FOSSE MINHA termina seu pequeno circuito modificando a paisagem da Ponte Presidente Dutra que une as cidades de Petrolina e Juazeiro. Por três dias eles se mostraram pelas ruas provando que não precisam estar em um lugar fechado para se praticar arte. Pois afinal a arte não é livre?
            Mostraram que arte não se faz somente entre quatro paredes e que mesmo sem um teatro que tem de comportar toda a produção artística das duas cidades, eles conseguem doar suas almas e seus corpos para aquilo que nasceram para fazer. Mostrar para a população que uma simples intervenção pode dizer muito sobre nós e como nos comportamos em relação ao outro. Pequenos fios invisíveis que ligam a todos nós, assim como a ponte que liga as duas cidades.
            Entre suas diferenças e semelhanças, a ponte que foi usada como ultimo cenário para as intervenções fez com que os passantes percebessem que suas ligações são mais do que o fato de viverem a beira do rio São Francisco. Que as semelhanças mesmo que invisíveis são muito fortes, diferente dos fios vermelhos que os artistas usaram para representar isso.
            Outra forma de quebrar a intransigência, birra ou preconceito que algumas pessoas das duas pontas do rio ainda têm em relação aos seus opostos foi o fato de vedarem os olhos para demonstrarem que não importa de qual lado estavam. E apesar de pertencerem a estados diferentes e terem tido certas influência culturais diversificadas o povo que cresceu nesse lugar aprendeu junto a lidar com as adversidades proporcionadas pelo ambiente em que vivem.
            Eles passam a usar como tablado uma praça, um banco, uma calçada, não importa. O que eles queriam foi conquistado tomar posse de um espaço por alguns instantes preenchendo a memória de quem os viu para todo o sempre. E assim a cortina terminou se abrindo para novos mundos.


Texto: Clube Virabólica / Fotos: Carol Andrade

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