E essa
rua foi da arte...
E então que se fecham as cortinas,
mas não há cortinas para se fechar. O projeto SE ESSA RUA FOSSE MINHA termina
seu pequeno circuito modificando a paisagem da Ponte Presidente Dutra que une
as cidades de Petrolina e Juazeiro. Por três dias eles se mostraram pelas ruas
provando que não precisam estar em um lugar fechado para se praticar arte. Pois
afinal a arte não é livre?
Mostraram que arte não se faz
somente entre quatro paredes e que mesmo sem um teatro que tem de comportar toda
a produção artística das duas cidades, eles conseguem doar suas almas e seus
corpos para aquilo que nasceram para fazer. Mostrar para a população que uma
simples intervenção pode dizer muito sobre nós e como nos comportamos em
relação ao outro. Pequenos fios invisíveis que ligam a todos nós, assim como a
ponte que liga as duas cidades.
Entre suas diferenças e semelhanças,
a ponte que foi usada como ultimo cenário para as intervenções fez com que os
passantes percebessem que suas ligações são mais do que o fato de viverem a
beira do rio São Francisco. Que as semelhanças mesmo que invisíveis são muito
fortes, diferente dos fios vermelhos que os artistas usaram para representar isso.
Outra forma de quebrar a
intransigência, birra ou preconceito que algumas pessoas das duas pontas do rio
ainda têm em relação aos seus opostos foi o fato de vedarem os olhos para
demonstrarem que não importa de qual lado estavam. E apesar de pertencerem a
estados diferentes e terem tido certas influência culturais diversificadas o
povo que cresceu nesse lugar aprendeu junto a lidar com as adversidades
proporcionadas pelo ambiente em que vivem.
Eles passam a usar como tablado uma
praça, um banco, uma calçada, não importa. O que eles queriam foi conquistado
tomar posse de um espaço por alguns instantes preenchendo a memória de quem os
viu para todo o sempre. E assim a cortina terminou se abrindo para novos
mundos.
Texto: Clube Virabólica / Fotos: Carol Andrade
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